Neste dia 27 de agosto de 2022, completa 34 anos da trágica partida do inesquecível político ipaporanguense Gonçalo de Paulo Bezerra, carinhosamente conhecido por Gonçalinho de Paula.
Afinal, quem foi esse homem a quem o povo de Ipaporanga, mesmo após três décadas de sua ausência, rende tantas homenagens?
GONÇALO DE PAULA BEZERRA (GONÇALINHO) nasceu em abril de 1918, na localidade de São Joaquim – Nova Russas (atualmente território de Ipaporanga). Era filho do casal Manoel de Paula Bezerra e de Maria Francisca Lopes de Sousa.
Casou-se em 1937 com a professora Maria Vieira de Pinho (Maninha), passando a residir na então Vila Águas Belas (atual Ipaporanga). Com o falecimento de sua esposa, Gonçalinho casou-se novamente, em 1957, com a senhora Maria do Carmo Bonfim.
Desde muito jovem Gonçalinho já demonstrava espírito político, ajudando as pessoas de sua comunidade, bem como angariando uma legião de amigos. Assim, em 1966 candidatou-se a vereador pelo município de Nova Russas, sendo o vereador mais bem votado do município com 450 votos. No mesmo pleito, o seu partido ARENA (Aliança Renovadora Nacional) também elegeu para prefeito o Senhor José Gonçalves Rosa.
Sempre obteve sucesso nas urnas, sendo reeleito outras vezes. Em 1982, já pelo PDS (Partido Democrático Social), foi eleito vereador pela última vez, obtendo uma votação de 897 votos, sendo novamente o mais bem votado do município de Nova Russas. Na época foi eleito o Senhor Manoel Abdias Evangelista para prefeito.
Como vereador e líder político do Distrito Ipaporanga, Gonçalinho encabeçou o movimento pela emancipação política do lugar. Nessa empreitada contou com a importante ajuda de seu amigo e deputado Aquiles Peres Mota. Os mesmos tornaram-se figuras importantes no processo de emancipação, tendo o distrito sido elevado à categoria de município em 18 de setembro de 1987.
Em 1988, Gonçalinho lançou seu candidato à prefeitura do recém emancipado município de Ipaporanga, onde lançou também a sua candidatura para o cargo de vice-prefeito. Contudo, em plena campanha, na madrugada do dia 27 de agosto de 1988 foi covardemente assassinado na porta de sua casa, aos 70 anos de idade.
Sua morte teve grande repercussão em todo o Estado, em especial nos municípios de Nova Russas e Ipaporanga, tendo havido a comoção das pessoas e uma mobilização das forças de segurança do Estado do Ceará.
O secretário de segurança da época, Moroni Torgan, compareceu ao velório de Gonçalinho na cidade de Ipaporanga, onde prometeu esforços para desvendar o crime.
A morte de Gonçalinho foi retratada na literatura de cordel pelo poeta Lucas Evangelista. Tamanha foi a repercussão da trágica morte desse cidadão.
Sua filha, professora Maria do Amparo de Paula, lhe substituiu como candidata a vice-prefeita, sendo eleita a primeira vice-prefeita do município de Ipaporanga.
Embora tenham se passado 34 anos de sua morte, Gonçalinho de Paula continua sendo lembrado por todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver e de lhe conhecer.
Em 2015, a Câmara Municipal de Ipaporanga aprovou o projeto de lei, criando a Lei Municipal nº. 343/2015, que denominou a Praça pública em torno da igreja matriz de Ipaporanga, de Praça Gonçalo de Paula Bezerra. O Senhor Gonçalinho foi homenageado com a denominação de uma rua em seu nome. O plenário da Câmara Municipal também leva o nome do político.
Em 2017, foi aprovado projeto de lei na Câmara Municipal, tornando ponto facultativo na esfera municipal o dia 27 de agosto, em alusão ao dia da trágica morte de Gonçalinho de Paula.
Foi um político coerente, sem muitas vaidades e um homem de muita ação. Do tipo que todo esforço fazia para atender as necessidades e os anseios do seu povo. Amou a sua cidade de forma plena e serviu ao seu povo até o seu último momento de vida.
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